Um dos pilares do comércio mundial é a indústria de transporte marítimo, está perto de passar por uma revolução energética. A empresa Maersk, junto com a Lloyd’s Register e a Core Power, está analisando a possibilidade de usar reatores nucleares de quarta geração para mover navios porta-contêineres com energia nuclear.
Esta inovação tecnológica, tem a promessa de operar navios por até sete anos sem reabastecimento, deverá transformar a maneira como o mundo transporta mercadorias e enfrenta os desafios ambientais do futuro.
O transporte marítimo é responsável por aproximadamente 90% do comércio mundial, porém também contribui significativamente para as emissões de dióxido de carbono, com cerca de 3% das emissões globais oriundas desse setor.
Em um período em que a pressão por combustíveis mais limpos e pela redução do impacto ambiental só cresce, a energia nuclear se transforma em uma solução com potencial para descarbonizar o transporte marítimo.
O uso de energia nos transportes marítimos foi considerado uma opção arriscada por causa das preocupações com a segurança, com o gerenciamento de resíduos e com a aceitação regulatória.
Reatores de quarta geração
Os avanços tecnológicos nos reatores de quarta geração, entretanto, prometem superar muitos desses obstáculos e oferecer uma alternativa mais segura e eficiente às tecnologias nucleares convencionais.
Esses reatores são construídos para serem expressivamente mais eficientes e seguros do que as usinas nucleares atuais. Eles usam urânio-238, um recurso mais abundante, como combustível, aumentando a eficiência e diminui os resíduos nucleares.
Além disso, esses reatores de quarta geração são projetados para evitar a ocorrência de acidentes graves, mesmo em situações mais extremas como terremotos, mitigando o risco de liberação de material radioativo.
Um dos diferenciais dos reatores é sua capacidade de operar por longos períodos sem a necessidade constante de reabastecimento. Nos navios porta-contêineres, isso significa que um reator forneceria energia suficiente para operar por até sete anos, um avanço expressivo se comparamos com os navios tradicionais, que exigem reabastecimento regular.
Outro diferencial importante é o ciclo de combustível dos reatores de quarta geração, que impede a separação de urânio e plutônio, o que dificulta a criação de armas nucleares e aumenta a segurança do sistema como um todo.