A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), por causa de intensas e ventanias de até 100 quilômetros por hora (km/h), está analisando pelo menos três soluções para fortalecer a rede elétrica brasileira ou, no melhor panorama, evitar impactos. A proposta da mudança de cabos, enterramento das redes e a poda das árvores estão divididas em dois processos acompanhados com lupa pelas concessionárias.
O primeiro trato está ligado a renovação dos contratos de concessão. Na consulta pública que foi aberta pela Aneel, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) propôs a possibilidade de o regulador projetar a utilização dos chamados cabos multiplexados, considerados mais resistentes. Atualmente as empresas já podem renunciar ao uso desse ou outros equipamentos, porém a Aneel avalia a possibilidade de criar incentivos regulatórios para isso.
O segundo processo é diretamente relacionado a resiliência do sistema elétrico a eventos climáticos. A pauta da poda das árvores é considerada uma das principais medidas preventivas. Como mostrado pelo Broadcast, o propósito é deixar claro o papel das concessionárias ao manejo vegetal em concordância com cada prefeitura.
Agnes da Costa, a diretora da Aneel, relatora dos dois processos, indica que as empresas não podem “lavar as mãos” e somente apontar para o papel das cidades. “As distribuidoras têm que ser mais sistemáticas sobre como atuam no manejo, e têm que comunicar muito melhor o que estão fazendo, para permitir o controle social”, afirma.
Ela diz que está na mesa o debate de um plano de manejo, que deve ser publicizado, sendo necessário registrar todas as interações com os poderes públicos municipais. Relacionado às ações preventivas, irá poder ser previsto na regulamentação pontos com a inspeção visual para apontar os riscos da vegetação ao funcionamento do sistema de distribuição, assim como a necessidade de otimizar a gestão das podas, ajudando os gestores municipais.
Enquanto o tema da substituição de redes áreas por sistemas subterrâneos é ao longo prazo e a Aneel ainda vai fazer a chamada Análise de Impacto Regulatório (AIR), para apontar os custos, benefícios e desafios envolvidos. O custo alto de implantação e as dificuldades técnicos nesse tipo de infraestrutura são temas que atrasam a regulamentação do tema.