Como apontando pelo diretor de transição energética, Mauricio Tolmasquim, na última terça-feira, 22 de outubro, a Petrobras irá expandir seu foco em energia limpa. A estatal vai divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos no final de novembro.
O documento é fundamental para a dinâmica do mercado financeiro do país e para o estabelecimento de políticas do governo federal, uma vez que a maior parte dos investimentos públicos setoriais vêm de recursos da estatal.
“A Petrobras vai continuar caminhando forte na transição energética; o plano vai nesse sentido e vamos alargar a linha que a gente já está atuando”, afirmou Tolmasquim em evento da indústria eólica em São Paulo.
Petrobras quer investir em outros produtos
Ele afirmou que a Petrobras vai continuar sendo uma empresa de petróleo e gás, porém, ao mesmo tempo ela quer colocar novos produtos em seu portfólio. “Entre eles, a energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis e a molécula renovável, como o hidrogênio verde, o biocombustível e o combustível sintético, como o e-metanol”, acrescentou Tolmasquim.
Contudo, não foi detalhado pelo diretor se o plano a ser lançado ainda em 2024 já trará investimentos para produzir esses combustíveis. Ainda assim, é esperado que a empresa anuncie colaborações com as desenvolvedoras de parques de energia eólica e solar para a geração em conjunto de eletricidade.
Ainda no evento, Tolmasquim defendeu a aprovação do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no país, o decreto está parado no Senado desde o final de 2023. De acordo com ele, o mercado é o último instrumento econômico que falta para o país impulsionar seu mercado ligado à descarbonização de indústrias.
“[No PL do Combustível do Futuro, o país aprovou] um mínimo de percentual para o uso de biodiesel, etanol, SAF e biometano e, na linha dos instrumentos econômicos, há também os incentivos fiscais, como usamos no PL do hidrogênio; ou seja, o Tesouro está abrindo mão de receita para poder subsidiar o hidrogênio”, disse. “Agora, está faltando um terceiro instrumento: o mercado de carbono, que cria a condição para diminuir a distância entre oferta e demanda.”