De janeiro a outubro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) autorizou R$ 3,9 bilhões em crédito para projetos de produção de biocombustíveis no Brasil, o dado contabiliza operações até o dia 10 deste mês.
Esse é o segundo maior patamar de uma série histórica que começou em 2005, diz a instituição. Um montante maior do que esse foi registrado no período de janeiro a outubro de 2010 (R$ 4,5 bilhões), no segundo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os dados do banco, consideram valores nominais, não corrigido pela inflação. De janeiro a outubro de 2023, as aprovações somaram R$ 1,3 bilhão.
O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, afirma que o aumento de 2024 está associado à expansão dos recursos do Fundo Clima.
O banco anunciou, em abril, a assinatura de contrato com a União que direcionou até R$ 10,4 bilhões para o fundo, aporte recorde desde o começo da iniciativa, em 2009.
O montante vai ser usado pelo BNDES para financiar projetos voltados à mitigação de impactos das alterações climáticas, podendo incluir empréstimos para o setor de biocombustíveis.
“Isso [crescimento das aprovações] mostra a volta do BNDES ao apoio de uma agenda verde e importante, que é a dos biocombustíveis”, afirmou Gordon.
O diretor ainda associa a expansão dos financiamentos à política industrial do governo federal e à crescente demanda por produtos como etanol de milho. “O mundo precisa se descarbonizar”, disse.
Em julho, Gordon declarou que os financiamentos para o ramo de biocombustíveis iriam aumentar em 2024, sob efeito do Fundo Clima.
No fluxo do BNDES, a aprovação de crédito acontece antes do desembolso dos recursos para as empresas.
De acordo com Gordon, empréstimos destinados a biocombustíveis possuem uma taxa fixa de 6,15% ao ano, mais o spread do banco.