A Serra Catarinense exigiu tecnologias mais avançadas do planeta para instalar um gasoduto que leva gás natural para a região. A obra, com 221 quilômetros de extensão e realizada em 14 anos, teve sua inauguração na noite da última quarta-feira, 16 de outubro, pelo governador Jorginho Mello, pelo presidente da concessionária SCGÁS, Otmar Müller, e outras autoridades.
A lista de dificuldades para instalar o gasoduto incluiu furar rochas em montanhas e no subsolo de rios, instalar tubos em profundidade de solo sem afetar reserva florestal, fazer instalações em região arenosa e sob rodovias, como explicado por Rodrigo Schappo, o gerente de engenharia em exercício da SCGÁS. Esses desafios foram enfrentados nas travessias dos rios Itajaí, Canoas, Hercílio, em lavouras de arroz, paredões de rochas e rodovias.
“Eu acho que a gente usou nesses 14 anos de obra, em 220 quilômetros de Indaial até Lages, tudo o que existe no mundo em técnica para construção de gasoduto. As tecnologias que não estavam disponíveis no Brasil, as empresas responsáveis pelas obras buscavam no exterior”, explicou Schappo, dizendo que diversas empresas terceirizadas atuaram nesses anos.
Consumo de gás natural
Depois de enfrentar todos esses obstáculos da obra, o esforço, agora, é para elevar o consumo de gás natural, considerado um dos energéticos melhores e menos poluentes. O governador disse que vai atuar como garoto-propaganda para ajudar na conquista de mais consumidores e atração de investimentos. Ainda falou que a SCPAR Invest SC, agência de atração de investimentos do Estado que está de cara nova, pode ajudar.
“Este projeto que começou em 2010 vem mudar a forma como a gente estava entregando gás natural para esta região. Hoje, eu venho aqui pedir aos empresários, aos consumidores que façam essa opção porque vai valer a pena o investimento, o trabalho que foi feito para trazer o gás até aqui. Santa Catarina é um estado que é o terceiro no Brasil em fornecimento: nós temos 1.600 km de rede, atendemos 28.000 clientes”, afirmou Jorginho Mello.
O Rodrigo Schappo ainda ressaltou o diferencial de a região possuir um gasoduto, que expandi a oferta do insumo para todos os consumidores em potencial. Anteriormente, era uma rede local abastecida por caminhões. De acordo com ele, o propósito de interiorização do gás natural é expandir as oportunidades de desenvolvimento econômico e a empresa pode levar o gás de caminhão para municípios próximos.