Um levantamento da consultoria BCG (Boston Consulting Group), encomendado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), aponta que as vendas de veículos leves híbridos e elétricos no Brasil irão ultrapassar as de veículos movidos a combustão até 2030, com uma previsão de 1,5 milhão de unidades vendidas até o final da década.
Essa mudança expressiva nas vendas de carros eletrificados estimulada por fatores como a adoção de novas tecnologias de motorização e o uso crescente de biocombustíveis pode atingir mais de 90% do mercado em 2040. Ano passado, veículos híbridos e elétricos foram responsáveis por 4,3% das vendas totais de automóveis no Brasil, segundo a Anfavea.
Nos primeiros nove meses desse ano, essa participação aumentou para 7,2%, refletindo o crescimento acelerado do setor. No segmento de veículos pesados, como ônibus urbanos, a projeção é que as tecnologias de propulsão elétrica e híbrida correspondam a 60% das vendas até 2040, com a estimativa de que os ônibus elétricos representem mais de 50% das vendas até 2035.
O estudo ainda ressalta que o setor automotivo corresponde por aproximadamente 13% das emissões totais de CO2 (dióxido de carbono) no Brasil, liberando cerca de 242 milhões de toneladas de CO2 anualmente. Se esse ritmo de crescimento das emissões for mantido, esse número poderá ser elevado para 256 milhões de toneladas em 2040.
Previsão para a redução de CO2
Contudo, com a expansão do uso de tecnologias de propulsão elétrica e a maior adoção de biocombustíveis, a previsão é que seja possível diminuir em até 280 milhões de toneladas de CO2 ao longo da próxima década e meia. Esse número pode alcançar 400 milhões de toneladas com medidas adicionais, como renovação de frota, inspeção veicular e aumento do poder calorífico dos biocombustíveis.
Para que o Brasil possa chegar até essas metas, a pesquisa destaca a importância do desenvolvimento de um ecossistema robusto, englobando toda a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.
“O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações”, afirmou Márcio de Lima Leite, o presidente da Anfavea.