Reconhecida nesta semana pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), a escassez hídrica no rio Xingu, localizado no Pará vem impactando as operações do complexo hidrelétrico de Belo Monte.
A usina de Belo Monte é a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, atrás da binacional Itaipu. A maior usina hidrelétrica totalmente brasileira está localizada em Altamira, no sudoeste do estado, e é responsável por 11% da energia gerada no país.
Contudo, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com o cenário da estiagem severa, Belo Monte passou a operar desde o início do mês passado com apenas 2 das 18 turbinas, por apenas duas horas e 30 minutos, para fornecer energia por até uma hora, no horário de pico. A instituição apontou que este esquema vai continuar até o dia até 30 de novembro.
A Bacia do rio Xingu banha os estados de Mato Grosso e Pará, possuindo aproximadamente 500 mil quilômetros quadrados, é afluente do rio Amazonas pela margem direita abastecendo 23 cidades, totalizando quase 570 mil habitantes.
Importante rota de navegação
A bacia contempla o Complexo Hidrelétrico Belo Monte, composto pelas usinas hidrelétrica de Belo Monte e Pimental, e é uma importante rota de navegação, e por onde, ano passado, passaram quase 30 mil toneladas de cargas, de acordo com dados da ANA.
Diferente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, também no Pará, e que possui reserva de água, causando um maior impacto ambiental, a usina de Belo Monte não possui reservatórios.
Em Belo Monte, o sistema é chamado de usina a fio d’água, isto é, se aproveita da força da correnteza dos rios para a geração de energia, sem precisar estocar água. No entanto, quanto mais seco, menos gera energia. A situação é semelhante com o que está acontecendo nas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, localizadas no Rio Madeira, em Rondônia.
Dados estudados pela ANA indicam anomalias negativas de precipitação significativas desde junho de 2023 e redução no volume de chuvas entre outubro do ano passado e setembro de 2024 na região, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).