De acordo com o levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o MLE (mercado livre de energia) alcançou 53.880 unidades consumidoras no Brasil em agosto, um aumento de 50% no acumulado dos últimos 12 meses. No período, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) garantiu 17.910 novos consumidores.
Segundo o boletim, em agosto de 2024, o consumo de energia do setor somou 29.581 MW médios, contra 25.485 MW médios há 12 meses, um aumento acumulado de 14%, o maior em 18 meses.
O ritmo ficou intenso em 2024 em função dos efeitos da Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME), que determinou que todos os consumidores de energia em média e alta tensão podem escolher seu fornecedor.
A previsão é que o mercado livre continue em constante crescimento próximos meses em virtude das migrações previstas. De acordo com dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mais de 36 mil novos clientes migrarão para o mercado livre em 2024 e 2025, dos quais 95% correspondem a consumidores de menor porte.
O estudo também apresentou os seguintes destaques:
- No estado de Minas Gerais, 57% da eletricidade demandada mensalmente pelos clientes locais foi oriunda do mercado livre de energia. O estado é líder nessa lista, seguido pelo Pará (55%), agora 2º colocado.
- Em agosto desse ano, 92% do consumo industrial e 39% do consumo comercial de energia elétrica foi atendido pelo mercado livre.
- Usinas solares centralizadas direcionaram 81% da geração para consumidores livres de energia.
- No mercado livre, 54,8% da energia consumida está alocada em contratos com até quatro anos de duração.
No mercado livre de energia, o cliente tem o poder de escolher de quem quer comprar seu fornecimento de energia, personalizar o atendimento e negociar condições como prazos ou até a fonte da qual quer adquirir. Hoje, o ACL corresponde a 42% do consumo total de energia elétrica do Brasil.
Segundo a Abraceel, o mercado livre registra uma diminuição de 46% no preço de energia para os clientes. O setor ainda incentiva o desenvolvimento de projetos de energia renovável, com 63% da geração desses empreendimentos direcionadas a atender a demanda do ACL.