Imagens de satélite estudadas recentemente apontam que a China está construindo um centro de investigação em fusão nuclear de larga escala na cidade de Mianyang, localizado no sudoeste do país. De acordo com os especialistas de duas entidades de análise independentes, esta construção implicará tanto na conceção das armas nucleares como na criação de fontes de energia baseadas na fusão.
As imagens avaliadas indicam uma estrutura que abrange quatro extensões laterais direcionadas a abrigar câmaras de laser e uma área central de experimentação onde uma câmara de alvo vai ser implementada. Esta última vai atuar contendo os isótopos de hidrogénio, que vão ser fusionados por meio de potentes lasers para produzir energia, disse o investigador da organização norte-americana CNA Corp, Decker Eveleth.
China está construindo laboratório semelhante ao norte-americano
A infraestrutura do novo centro chinês tem similaridades com o National Ignition Facility (NIF), um laboratório dos Estados Unidos situados na Califórnia e que cista 3,5 mil milhões de dólares. Há três anos, o NIF teve a capacidade de pela primeira vez produzir mais energia de uma reação de fusão do que o volume injetada pelos lasers, alcançando assim o intitulado “equilíbrio científico” (scientific breakeven).
Segundo as projeções da Eveleth, com ajuda de analistas do James Martin Center for Nonproliferation Studies (CNS), a câmara de experimentação do centro chinês é aproximadamente 50% superior do que a do NIF, que até agora era dona do título da maior implementação deste tipo do mundo.
A construção dessa instalação não havia sido divulgada anteriormente. Especialistas dizem que as infraestruturas deste tipo podem ser utilizadas para otimizar o design de armas nucleares, sem precisar fazer testes explosivos reais.
“Qualquer país que possua uma instalação do tipo NIF pode, e provavelmente irá aumentar a sua confiança no desempenho das armas nucleares já existentes, assim como facilitar o design de futuras bombas sem necessidade de testes explosivos”, disse o analista de política nuclear do Henry L. Stimson Centre, William Alberque, citado pela Reuters.