Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, compartilhou seu plano ambicioso de transformar o país em referência mundial em IA (inteligência artificial). Em um evento na Casa Branca, Trump divulgou a criação da Stargate, um órgão que vai contar com um aporte de até US$ 500 bilhões e colaborações estratégicas com grandes companhias como OpenAI, Oracle e SoftBank. O projeto vai ser sediado no Texas prometendo criar 100 mil empregos na próxima década, além de estimular avanços no setor.
Uma pesquisa divulgada pela consultoria McKinsey indica que o mercado de IA pode injetar até US$ 13 trilhões à economia mundial até 2030, com os Estados Unidos se tornando líder nos avanços na área. O estudo revela que a adoção de tecnologias por inteligência artificial em grande escala pode elevar a produtividade em até 40%.
De acordo com Alan Nicolas, um especialista em IA para negócios e fundador da Academia Lendár[IA], essa parcela chama atenção, porém é necessário olhar com cuidado para os investimentos do governo.
“Projetos como o Stargate podem se tornar um marco para o avanço tecnológico, mas também trazem desafios éticos e operacionais que exigem atenção redobrada. Se bem gerida, a IA pode democratizar o acesso a recursos e melhorar a vida de milhões, mas é importante ter mais contexto de como os dados serão geridos”, ressalta.
Data centers de alta capacidade começarão a serem construídos
Stargate vai iniciar a implementação de data centers de alta capacidade, uma das bases do projeto, com o propósito de atender a alta demanda de energia computacional. O cofundador da Oracle, Larry Ellison, enfatizou que o Texas foi escolhido de maneira estratégica por causa do acesso facilitado a recursos energéticos.
Outro fator considerável é a colaboração financeira do SoftBank, liderado por Masayoshi Son, que vai gerenciar o capital inicial do projeto.
Mesmo com as promessas, especialistas chamam atenção para os riscos da automatização sem controle. Pesquisas apontam que a IA possui o potencial de substituir até 25% das profissões atuais no mercado de trabalho até 2035. De acordo com Nicolas, esse risco deverá ser combatido com medidas específicas.
“O desafio está em criar estratégias de requalificação profissional, para que as pessoas impactadas pelas mudanças possam migrar para novos setores. A colaboração entre governo e iniciativa privada será essencial nesse processo”, afirma.