O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou, em reuniões técnicas e com documentos encaminhados ao Ministério de Minas e Energia, um conjunto de medidas para a garantia do abastecimento seguro de energia elétrica neste ano, por conta da seca histórica pela qual o país está passando.
A medida mais conhecida pela população é o horário de verão, porém o impacto positivo dele no abastecimento é considerado residual.
O ONS também quer outras ações, uma dessas medidas é expandir a flexibilização da operação de usinas termelétricas, tanto daquelas que possuem contratos fixos quanto das plantas que estão operando forma independente, sem vínculo com o SIN (Sistema Interligado Nacional).
Porque essa proposta?
O propósito é dar maior flexibilidade de gestão sobre o recurso para os horários de pico do sistema. Significando que o acionamento de térmicas mais caras, por exemplo, podem ser mais seguras do ponto de vista de abastecimento.
Os tópicos estão sendo discutidos com as equipes técnicas do MME e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), além do próprio ONS. O tema específico do horário de verão vai ser uma decisão do presidente Lula. Alexandre Silveira deve recomendar ao presidente a volta do horário de verão para depois do segundo turno das eleições, marcado para 27 de outubro.
Se for adotado, o novo horário, possivelmente deve começar a vigorar em novembro, informou um integrante do governo. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) alertou ao governo para que a mudança não ocorresse no período das eleições, podendo prejudicar o processo de votação.
A preocupação principal do governo é com os horários de pico, durante a tarde, quando há mais ar-condicionado ligados, e no momento de mudança para a noite, que é quando as usinas eólicas e solares estão diminuindo a geração. O ONS avalia que, nesses momentos, poderá ser necessário usar a “reserva” operativa do sistema.
Outra opção é durante o período seco, utilizar energia importada da Argentina e do Uruguai, por causa das disponibilidades ofertadas por estes dois países.