A reserva de Vaca Muerta, situada na província de Neuquén, na Patagônia argentina, foi descoberta em 2010 e é dito que a reserva possui a segunda maior jazida de gás de xisto mundial e a quarta de petróleo não tradicional. Esse recurso energético se tronou a central na estratégia econômica da Argentina, principalmente depois da construção do gasoduto Néstor Kirchner, que tem o objetivo de levar o gás ao mercado interno e, futuramente, ao Brasil.
A exportação de gás dessa reserva para o Brasil tem a promessa de fortalecer a integração energética entre os países, porém traz questões sobre os benefícios econômicos, até porque ela necessita de altos investimentos, impactos ambientais e desafios sociais dessa parceria.
A colaboração entre Brasil e Argentina pode ser estratégica. Para o Brasil, o gás de Vaca Muerta auxilia na diversificação da matriz energética e redução da dependência do gás boliviano, no qual a produção está em declínio. O gás natural é fundamental tanto para a indústria quanto para a geração de energia elétrica.
Essa iniciativa reflete o impulso econômico para a indústria brasileira. Entre os bilhões que vão precisar ser investidos na reserva, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode financiar a fabricação de tubos do gasoduto por companhias do Brasil, fortalecendo a cooperação econômica entre os dois países. O montante ainda não foi acertado, porém especula-se algo em torno de US$ 820 milhões.
Para a Argentina, o projeto é crucial para ampliar os mercados consumidores, diminuir o déficit comercial e gerar receitas. Hoje, a produção de gás de Vaca Muerta abastece o mercado interno e exporta para o Chile. Com o Brasil, a Argentina poderia atingir um mercado maior e fortalecer sua posição como exportador de gás.
O gasoduto Néstor Kirchnner
Esse gasoduto é uma infraestrutura de 600 km criada para o transporte do gás de Vaca Muerta aos centros consumidores argentinos e, futuramente, ao Brasil. A primeira fase já está em operação, conectando a área produtora à província de Buenos Aires. A segunda fase tem o propósito de ampliar o duto até a fronteira com o Brasil, na cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Esse gasoduto é fundamental para viabilizar o potencial energético de Vaca Muerta, que usa o fraturamento hidráulico (fracking) para extração.