Na quarta-feira, 2 de outubro, o setor de energia nacional advertiu que espera perdas de até R$ 1 bilhão este ano em função das deficiências na rede de transmissão, além de pedir mais investimentos do governo.
O diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABE Eólica), Francisco Silva, afirmou durante o 2º Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado em São Paulo pela Agência EFE, que o setor está enfrentando um momento “desafiador”.
Segundo Silva, as usinas eólicas acumularam perdas entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões até o momento, por causa dos cortes no fornecimento causados pela transmissão precária.
“Temos visto um certo desmantelamento do setor eólico porque não há demanda por energia nova e porque não temos toda a infraestrutura necessária. A transmissão é um problema enorme, é um gargalo”, disse.
Aprovação do marco regulatório
O setor eólico, fornece em torno de 15% da energia do país, está à espera da aprovação de um marco regulatório para o desenvolvimento de usinas offshore pelo Congresso. Há 270 GW de projetos eólicos offshore que tem quer “desbloqueados”, alertou Silva.
O potencial também é grande na geração de biometano, conhecido como gás natural renovável, através de aterros sanitários.
Segundo Pedro Maranhão, o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o objetivo é produzir 1 milhão de metros cúbicos até o final de 2024, mesmo que haja espaço para até 6 milhões. “O aterro sanitário é um poço de petróleo renovável”, declarou Maranhão.
A diretora de Regulação e Comercialização da Norte Energia, empresa que controla a usina hidrelétrica de Belo Monte, Silvia Cabral, indicou outros avanços necessários, como a descarbonização do transporte.
O segundo Fórum Latino-Americano de Economia Verde foi patrocinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e pela empresa Norte Energia, contando com o apoio da Vivo e da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.