A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente publicou um relatório sobre o cenário em relação a produção de lixo no país. Uma das observações é que a fabricação de resíduos por pessoa cresceu em um ano.
O volume total de lixo produzido no Brasil em 2023, foi de oitenta milhões de toneladas. Isto é, em média, 382 quilos de resíduos descartados por habitante no país ao longo do ano. Uma quantidade um pouco maior que a de dois anos atrás.
A região que mais gera resíduos no país e produz mais lixo por habitante é o Sudeste. O Sul possui a menor taxa. Esses dados estão no Panorama dos Resíduos Sólidos, um balanço realizado todo ano pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente.
Reciclagem também tem participação no descarte do lixo
Mesmo com o aumento, a reciclagem é detentora de uma pequena participação no destino do lixo: representando 8% do total dos resíduos. A maior porcentagem da reciclagem é proveniente dos catadores informais. Apenas um terço desse número é oriundo dos serviços oficiais de coletas seletivas.
“Estamos saindo de 3,5% para 8%. É um grande avanço. Isso se deve a quê? A um aumento da coleta seletiva, ao primeiro balanço de massa que a gente faz dos catadores informais e as cooperativas de catadores. Tivemos um crescimento muito grande, mas é muito pouco ainda. Os outros países, até nosso vizinho Chile, já têm 14%, 15% de reciclagem, fora outros que têm 25%, 30%”, diz o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, Pedro Maranhão.
Tirando os resíduos destinados a reciclagem, compostagem, queima, ou o que é jogado em terrenos e na rua de maneira irregular, esse número corresponde a 69,3 milhões de toneladas. Uma parte é direcionada para aterros sanitários, que são regiões próprias para recepção e tratamento do lixo. E 41% desses resíduos vão para lixões, montanhas de rejeitos a céu aberto.
“Somos o quinto no mundo em geração de resíduos. A diferença nossa para os países desenvolvidos é que 40% dos nossos resíduos ainda vão para lixão. Estamos na época medieval”, disse Pedro Maranhão.