A tarifa de energia vai ficar mais cara neste mês de outubro, devido ao fato da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ter acionado a bandeira vermelha, patamar 2, que não era utilizada desde agosto de 2021. A medida vem sendo criticada pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que pede que a Aneel utilize os recursos da “Conta Bandeira”, para reduzir o impacto da conta de luz.
Com o retorno da bandeira vermelha, patamar 2, os brasileiros irão pagar um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos. O instrumento aponta o alto custo de geração de energia e a necessidade de economia.
As bandeiras tarifárias foram criadas pela Aneel em 2015 como uma maneira de sinalizar os gastos reais por causa das condições de produção de eletricidade. Antes do sistema, as variações nos custos aconteciam da mesma forma, porém eram repassadas ao consumidor até seis meses ou um ano depois no reajuste da tarifa.
“A principal função das bandeiras é ser uma comunicação simples e direta para a sociedade. É o mecanismo possível para dar um sinal de que a energia está custando mais. A segunda função é pagar agora o que está sendo gerado também agora, e evitar que a distribuidora faça uma dívida alta em nome dos consumidores. Ela é um instrumento financeiro inteligente que nos evita pagar juros”, explica o Diretor de Energia Elétrica na Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), Victor Hugo iOcca.
Além da bandeira vermelha, incluindo o patamar 1 com acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 kWh, o sistema também apresenta as cores verde (condições favoráveis e sem acréscimo na conta) e amarela (condições menos favoráveis, com tarifa de R$ 1,88 para cada 100 kWh).
Com a adoção do sistema, a Aneel vai indicar para consumidor em todo final de mês, qual vai ser cor da bandeira para o mês seguinte. A sinalização da cor vermelha para o mês de outubro foi feita pelo órgão no dia 27 de setembro, sob a justificativa de enfrentamento da estiagem no país, demandando o uso de usinas termelétricas, especialmente em horários de pico de consumo, em função do volume baixo dos reservatórios.