Segundo o Censo 2022, divulgado na sexta-feira, dia 8 de novembro, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, a população que vivem nas favelas alcançou a 16, 4 milhões de pessoas, isto é, 8,1% dos brasileiros.
Além disso, a quantidade de favelas também cresceu, saindo de 6.329 favelas em 323 cidades em 2010 para 12.348 favelas em 656 municípios.
Segundo o IBGE, parte deste crescimento está relacionado à melhoria e aperfeiçoamento na coleta dos dados, e não ao aumento da população vivendo nas favelas.
Os dados ainda apontam que a Região Norte possui a maior parte da população morando em favelas, 19%. Em Belém e Manaus, mais da metade da população vive em comunidades, mesmo que a favela da Rocinha (RJ), continue sendo a maior do país, seguida de Sol Nascente (DF) e Paraisópolis (SP).
Apesar dos avanços em relação a acesso à energia elétrica ao passar das décadas, as favelas brasileiras ainda enfrentam dificuldades.
Na última década, o custo da energia elétrica no Brasil cresceu 106%, fazendo com que o valor das tarifas de energia seja menos acessíveis para as famílias em situação vulnerável e que precisam escolher entre necessidades básicas e o pagamento da conta de luz.
Segundo estudos da eficiência energética do Painel Unificador das Favelas, 69% dos moradores dizem que se a conta de luz fosse mais barata utilizariam o dinheiro para alimentação e outros gastos como medicamentos e educação.
Moradores de favelas recorrem a gatos de energia
Os custos altos e a burocracia para uma conexão formal nas localidades periféricas, correspondem ao índice de 70% dos moradores recorrendo a ligações clandestinas em algumas comunidades, o chamado gato.
O acesso formal e seguro à eletricidade nas favelas enfrenta dificuldades regulatórias, já que são vistas como áreas informais, dificultando a instalação de infraestrutura adequada.
Habitantes de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, informam que “a fiação passa perto de vielas, passa perto da cabeça é muito perigoso, tem até fio desencapado”.
Muitas vezes, as ligações ilegais são a única opção para os moradores, que precisam enfrentar as instalações precárias e constantes quedas de energia, riscos, como incêndios e acidentes elétricos.
Em contrapartida, o custo de instalação de sistemas de energia solar, reduziu em torno de 85% no mesmo período, viabilizando a implementação de políticas públicas para aumentar a eficiência e a transição energética no território brasileiro.