As mudanças no clima estão colocando a prova o planejamento energético de vários países, especialmente o Brasil, que tem as hidrelétricas a fonte principal de produção de energia elétrica. Sem dias chuvosos, os reservatórios ficam mais baixos e são os consumidores que pagam pela conta de luz mais cara devido à adoção da bandeira vermelha, estabelecida para bancar o acionamento das termelétricas.
Neste mês os consumidores brasileiros vão ter uma bandeira vermelha patamar 1 nas contas de luz em sua conta de luz, vão ser cobrados R$ 4,46 para cada 100 quilowatt-hora consumidos. Contudo, esse não é o pior cenário já presenciado pelo consumidor. Em 2021, a seca foi tão extrema, que foi criada uma bandeira vermelha, que cobrava R$ 14,20 por cada 100 quilowatts-hora (kWh).
A fatura de energia não fica cara apenas por causa da baixa nos reservatórios das hidrelétricas, segundo o professor dos cursos de Engenharia do Centro Universitário Uma, com José Ronaldo Tavares. “Essa alteração climática afeta muito também a transmissão da energia elétrica e a distribuição, porque com temperaturas altas, secas e muito elevadas, os condutores elétricos acabam indiretamente sofrendo ações da temperatura. Isso faz com que haja muitas perdas na transmissão”, explicou o professor.
Para o professor, além de realizar um planejamento estratégico de expansão de uma diversidade de produção de energia, também é necessário conscientizar a população sobre gastos desnecessários. “Então é fundamental que seja observada essa questão climática, principalmente que seja levado em consideração o regime de chuvas e principalmente também que as pessoas se conscientizem na economia de energia, principalmente nos horários de pico, que geralmente são um período entre 18 e 21 horas em dias úteis, porque nesse período existe uma sobrecarga muito grande”, completou.
Resposta por Demanda
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para avançar com a contratação de Resposta da Demanda por disponibilidade, que funciona utilizando ofertas de redução de consumo de energia de consumidores livres como recurso adicional para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Uma das ações é diferenciação das tarifas ao longo do dia, mais caras nos horários de pico e mais baratas nos horários de menor demanda. Um edital para um projeto experimental será publicado em outubro.
Enquanto a novidade ainda não é uma opção para o consumidor, o cliente pode economizar contratando uma empresa no mercado livre de energia limpa.