A Eletrobras (ELET3) fechou uma colaboração com a Ocean Winds, joint venture das companhias Engie e da EDP Renováveis com experiência em energia eólica offshore, para analisar o desenvolvimento de projetos da fonte no Brasil.
O memorando de entendimentos assinado pelas empresas na última terça-feira, 22 de outubro, prevê compartilhamento de conhecimento e trabalho em parceria com a eólica offshore, que tem a promessa de ser uma importante tecnologia para gerar grandes volumes de energia limpa no futuro, porém que ainda precisa de um marco regulatório próprio no país.
A Ocean Winds falou em comunicado que “direciona estrategicamente seus esforços para o Brasil”, devido ao potencial do país para “atender à crescente demanda por energia renovável no longo prazo, apoiar a transição energética e gerar oportunidades para a cadeia de suprimentos e para as comunidades locais”.
Com projetos em análise no Brasil desde 2021, a Ocean Winds já entrou com pedidos de licenciamento no Ibama para 15 gigawatts (GW) de eólicas offshore, para implantação em águas do Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Já a Eletrobras, a maior companhia elétrica da América Latina, possui um grande parque gerador de energia renovável, porém predominantemente hidrelétrico, com uma presença ainda tímida em eólica onshore.
“O acordo firmado com a Ocean Winds permite o desenvolvimento de uma cooperação estratégica, que vai contribuir para que as fontes geradoras no Brasil e do mundo sejam cada vez mais limpas e renováveis, garantindo a descarbonização da economia com segurança energética”, disse Leonardo Soares Walter, o diretor de M&A e desenvolvimento de negócios da Eletrobras.
Privatização da Eletrobras
A Eletrobras foi privatizada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Contudo, depois que o PT voltou ao poder, o governo entrou com uma ação no STF para o aumento da sua participação no comando da empresa, alegando desproporcionalidade na gestão. A União possui mais de 40% do capital da empresa, porém detém apenas um representante nos nove assentos do Conselho de Administração.
O governo está buscando a antecipação dos valores devidos à CDE, além da representação nos conselhos, alegando que essa medida auxiliaria na redução das tarifas de energia. Por outro lado, a Eletrobras está propondo a transferência de suas ações na Eletronuclear para a União, consolidando o controle estatal sobre a empresa.