A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente informou sobre o panorama brasileiro em relação a produção de lixo no país. Uma das pautas é que a geração de resíduos por habitante aumentou em um ano.
Oitenta milhões de toneladas é o total de lixo produzido no Brasil em 2023. Dando, em média, 382 quilos de resíduos descartados por pessoa no país durante 2024. Número um pouco maior que o de dois anos atrás.
Das regiões do país, o Sudeste é a maior geradora de resíduos do país e tem a maior produção por habitante. Já o Sul tem a menor. Os números estão no Panorama dos Resíduos Sólidos, um balanço realizado todo ano pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente.
Apesar do aumento, a reciclagem ainda possui uma participação pequena nesse cenário: 8% do total dos resíduos. A maior parte é reciclada pelas mãos de catadores informais. Só um terço do que é reciclado no Brasil vem dos serviços oficiais de coletas seletivas.
“Estamos saindo de 3,5% para 8%. É um grande avanço. Isso se deve a quê? A um aumento da coleta seletiva, ao primeiro balanço de massa que a gente faz dos catadores informais e as cooperativas de catadores. Tivemos um crescimento muito grande, mas é muito pouco ainda. Os outros países, até nosso vizinho Chile, já têm 14%, 15% de reciclagem, fora outros que têm 25%, 30%”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, Pedro Maranhão.
Separando o que vai para reciclagem, compostagem, queima, ou o que é jogado em terrenos e na rua de maneira irregular, são 69,3 milhões de toneladas. Um pouco mais da metade é direcionado para os aterros sanitários, que são áreas preparadas para receber e tratar o lixo. E 41% desses resíduos são destinadas para os lixões, montanhas de rejeitos a céu aberto que, de acordo com a lei, deveriam estar extintas até agosto de 2024. Porém ainda fazem parte do cenário urbano de três em cada dez cidades, de acordo com o IBGE.
“Somos o quinto no mundo em geração de resíduos. A diferença nossa para os países desenvolvidos é que 40% dos nossos resíduos ainda vão para lixão. Estamos na época medieval”, disse Pedro Maranhão.