Na época do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, circularam rumores de que a norma que determina o uso exclusivo das tomadas de três pinos no Brasil seria revisada.
Na ocasião, a mídia dizia que uma mudança tinha o propósito de eliminar a obrigatoriedade do atual padrão, vigente no país desde 2011. A notícia trouxe discussões sobre a padronização de plugues e tomadas, um assunto popular e antigo no país.
Porém o debate sobre a padronização das tomadas começou nos anos 1980, quando o país utilizava uma variedade de modelos.
Em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi divulgada a norma NBR 14.136, oficializando o padrão com três pinos.
Segurança nas instalações
O propósito principal era aumentar a segurança das instalações elétricas, porém sua implementação completa só foi finalizada em 2011.
A falta de um padrão internacional para tomadas fez com que o Brasil buscasse sua própria solução. Nos anos 80, o país tinha uma ampla diversidade de plugues e tomadas, gerando confusão e insegurança.
Durante a década de 1990, a ABNT realizou um processo de consulta com a indústria e especialistas para estabelecer um modelo único resultando na escolha do plugue com três pinos, aumentando a segurança através do aterramento.
Em 2000, o Inmetro determinou a obrigatoriedade do uso desse padrão em novas construções a partir de 2006. A meta era diminuir a diversidade de modelos e aumentar a segurança elétrica.
Em 2011, o governo proibiu a comercialização de qualquer plugue ou tomada que não seguisse o novo padrão.
O padrão de três pinos apresentou vantagens consideráveis, porque foi desenvolvido para ser mais seguro, principalmente em função do aterramento. No entanto, sua eficiência depende da infraestrutura dos imóveis, já que nem todos possuem aterramento. A segurança não é garantida em locais onde o terceiro pino não é utilizado.
Mesmo que os dados sobre a eficácia das novas tomadas em evitar acidente sejam conclusivos, a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica) ressalta a redução de acidentes fatais por choques elétricos desde que o padrão foi implementado.