Uma célula fotovoltaica híbrida com a capacidade de produzir eletricidade e armazenar energia térmica foi desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC).
Essa nova tecnologia diminui a temperatura da célula, o que eleva sua eficiência e durabilidade, além de introduzir uma forma mais sustentável de criação de sistemas de armazenamento de energia.
A tecnologia foi chamada de MOST: sistemas de armazenamento de energia solar térmica molecular. O MOST é composto por moléculas orgânicas que, quando irradiadas com fótons de energia, como a luz ultravioleta, sofrem uma transformação química, armazenando energia para ser utilizada posteriormente.
Uma das características desse sistema é que essas moléculas também causam um resfriamento na célula fotovoltaica, bloqueando os fótons que geralmente aquecem e reduzem a eficiência. Com isso,a tecnologia permite tanto a geração de energia elétrica quanto o armazenamento de energia química.
Os testes experimentais apuraram uma eficiência de armazenamento de 2,3% para energia solar térmica molecular. A integração do sistema híbrido possui a capacidade de reduzir a temperatura da célula em até 8 °C, diminuindo as perdas de energia por causa do calor e aumentando a eficiência em 12,6%.
Combinação de dois dispositivos
A junção desses dois dispositivos opera com uma eficiência de uso de até 14,9%, representando uma melhora em comparação a ambos os dispositivos operando separadamente.
De acordo com os cientistas que participaram da pesquisa, esse dispositivo ainda é mais sustentável do que os sistemas de armazenamento convencionais, já que não dependem de materiais escassos, porque o MOST usa elementos como carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, se tornando uma alternativa de armazenamento sustentável.
A tecnologia não só eleva a eficiência da energia solar, como também auxilia na redução da dependência de combustíveis fósseis e minimiza o impacto ambiental associado a outras formas de armazenamento de energia.
O estudo recebeu £ 6,3 milhões como fundo de financiamento. A pesquisa também envolve pesquisadores da University of Cambridge, no Reino Unido, Chalmers University of Technology, na Suécia, e Institute of Materials Science of Barcelona (ICMAB-CSIC).