A usina nuclear Angra 1, no estado do Rio de Janeiro, recebeu a autorização para continuar operando por mais 20 anos na última quinta-feira, 21 de novembro. A decisão foi aprovada por Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, depois da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) aceitar o pedido da Eletronuclear, que opera a instalação.
Em operação desde 1985, a usina situada em Angra dos Reis possuía uma licença de operação de 40 anos, com o prazo até dezembro deste ano. Em 2019, a Eletronuclear entrou com a solicitação da renovação no CNEN, colegiado do governo que gerencia a energia nuclear no Brasil.
O órgão regulador analisou estudos, incluindo reavaliações de segurança realizadas periodicamente, além de vários relatórios técnicos para avaliar as condições da usina e as melhorias previstas e necessárias.
“Foram milhares de documentos diferentes avaliados por especialistas da CNEN, além de terem sido feitas vistorias periódicas na usina, análise em frentes como programa de obsolescência técnica, gestão de envelhecimento do ativo e mesmo questões de recursos humanos para garantir que Angra 1 possa operar em segurança, em linha com as melhores práticas internacionais”, afirmou Alessandro Facure, diretor de Radioproteção e Segurança da CNEN.
Energia nuclear é essencial para o Brasil
Em nota, o ministro Alexandre Silveira, declarou que a energia nuclear é fundamental para o país, e pediu que o urânio, combustível que gera essa energia, seja mais explorado no Brasil.
“A energia nuclear é essencial para garantir uma matriz energética limpa, segura e sustentável. O Brasil possui um dos maiores potenciais do mundo em recursos de urânio e precisa explorar essa riqueza de maneira estratégica, sempre com foco na soberania e no desenvolvimento nacional”, afirmou o ministro de Minas e Energia.
Angra 1 tem a capacidade de gerar 640 megawatts de potência, a usina pode suprir a demanda de uma cidade com 2 milhões de habitantes.
ANGRA 1
Angra 1 foi encomendada e inaugurada comercialmente em 1985. Antes da primeira usina Angra ficar pronta, com a ampliação das limitações americanas ao crescimento nuclear, uma outra parceria, com a Alemanha, surgiu para a segunda usina, Angra 2. O projeto foi da empresa Siemens. Angra 2 foi concluída em 2001.
As duas únicas usinas nucleares brasileiras, Angra 1 e 2, estão localizadas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que é um monumento à engenharia.