Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, revelou ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) na última terça-feira, 18 de fevereiro, que caso as obras da usina nuclear Angra 3 sejam abandonadas, haverá um prejuízo imediato de em torno de R$ 14 bilhões.
A decisão sobre o retorno do empreendimento foi postergada novamente. A discussão vai ser retomada no próximo encontro do CNPE, que ainda não tem data marcada.
“Registro que a não aprovação pelo CNPE resultará em aportes imediatos dos acionistas, incluindo a União, de até R$ 14 bilhões, onerando ainda mais a população brasileira, bem como acarretará a rescisão dos contratos com os fornecedores com todos os custos inerentes para a desmobilização”, afirma o voto do ministro.
A Eletrobras e a estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) são acionistas de Angra 3. Na reunião, Alexandre Silveira, o ministro do MME, deu seu voto a favor da continuidade das obras.
Silveira aposta que a interrupção das obras causará problemas em Angra 1 e 2
Em seu voto, Silveira justificou também que postergar o debate pode levar à suspensão das usinas de Angra 1 e 2. Isso poderá ocorrer porque a ENBPar não tem capacidade financeira própria para dar apoio a Eletronuclear, de acordo com o ministro.
Por causa disso, o chefe de Minas e Energia disse ao conselho que a falta de recursos pode comprometer a execução das ações necessárias, o que pode afetar o pagamento do combustível nuclear e, por consequência, levar à suspensão das operações das usinas de Angra 1 e 2.
Segundo Silveira, a ENBPar revelou que a paralisação do empreendimento de Angra 3 não vai impactar somente no cronograma e nos custos do projeto, e também como pode gerar uma despesa contábil (impairment) fruto da desvalorização dos ativos. Ao todo, a desvalorização totaliza R$ 11 bilhões.
“Reforço que a ausência de decisão sobre a outorga e contrato de energia elétrica de Angra 3 pode trazer graves problemas para as empresas envolvidas e para a União, uma vez que diversas responsabilidades administrativas assumidas pelas empresas podem ser prejudicadas, bem como as suas capacidades operacionais”, disse o ministro em seu voto.