Recentemente, uma equipe de astrônomos, usaram o Telescópio Subaru e identificaram novos objetos na borda do Sistema Solar, em regiões além do conhecido Cinturão de Kuiper.
Esses objetos mostram uma estrutura mais complexa e até um segundo “anel” de corpos celestes, derrubando antigas suposições sobre a formação e a extensão do nosso sistema solar. A descoberta trará implicações revolucionárias para a busca por vida fora da Terra e para a compreensão da origem dos planetas.
O Cinturão de Kuiper, uma região onde existe corpos gelados e detritos orbitando além de Netuno, é considerado a última fronteira do Sistema Solar. Contudo, o Telescópio Subaru, posicionado em Mauna Kea, Havaí, mostrou a presença de 11 objetos situados além desta borda.
Os cientistas acreditam que esses corpos devem pertencer a uma classe inédita de objetos, orbitando em um cinturão que possui uma lacuna entre ele e o Cinturão de Kuiper tradicional.
O Dr. Fumi Yoshida, do Chiba Institute of Technology, explicou: “Se isso for confirmado, seria uma grande descoberta. A nebulosa solar primordial era muito maior do que se pensava, impactando nossa compreensão do processo de formação dos planetas.”
Teorias acerca da descoberta
A observação dos 11 novos corpos, feita através dos dados coletados pelo Subaru, tem semelhança com teorias recentes que propõem a existência de mais anéis e lacunas no espaço interplanetário, parecidas com observados em torno de sistemas planetários jovens em outros locais da galáxia. Esse tipo de estrutura foi documentado nas observações do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) no Chile, gerando uma analogia interessante com nosso próprio Sistema Solar.
De acordo com Dr. Wes Fraser, do National Research Council of Canada, “o Cinturão de Kuiper pareceu por muito tempo ser pequeno comparado a outros sistemas planetários, mas nossos resultados sugerem que essa impressão talvez fosse resultado de um viés observacional. Esses novos objetos podem indicar que o cinturão do Sistema Solar é mais extenso e complexo do que imaginávamos.”
A estrutura descoberta, um anel separado por uma lacuna do cinturão conhecido, traz a hipótese de que essa divisão foi causada por interações gravitacionais com corpos de grande massa ou mesmo por um planeta desconhecido. Contudo, a confirmação dessa estrutura depende de estudos e observações futuras, bem como do aprofundamento de análises nos dados já coletados.