Foi aprovado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), em reunião na terça-feira, novas ações preventivas para enfrentar a escassez de chuvas que desafia a operação do sistema elétrico nos horários de maior demanda.
O comitê do governo autorizou o despacho flexível das usinas termelétricas a gás natural liquefeito (GNL) Porto Sergipe, Eneva, Santa Cruz e Linhares. Esses empreendimentos podem ser acionados para o chamado atendimento da “ponta”, ou seja, quando a carga de energia está no pico e o sistema precisa garantir a estabilidade do fornecimento aos consumidores.
O Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) já vinha despachando as termelétricas Santa Cruz e Linhares que irão continuar sendo acionadas em novembro, informou o Ministério de Minas e Energia, em comunicado.
Quais as próximas medidas?
A reunião da véspera também aprovou uma articulação que viabiliza a operação excepcional do reservatório intermediário da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Norte, com vazão mínima de 100 m³/s, “respeitadas as licenças e autorizações necessárias”.
Em relação a transmissão de energia, o CMSE está buscando viabilizar a entrada em operação das linhas Porto do Sergipe-Olindina-Sapeaçu, Terminal Rio-Lagos e Leopoldina-Lagos, com o propósito de assegurar o pleno escoamento de potência nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.
O CMSE aprovou que o ONS utilize critérios de desempenho e segurança com menos restrições para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), quando for necessário, de forma que garante a maximização do uso de recursos disponíveis e o atendimento às cargas entre setembro e novembro.
O Brasil está enfrentando uma condição desfavorável de chuvas desde o último período úmido, entre o final de 2023 e o início deste ano. A preocupação do setor é a seca no Norte, já que as hidrelétricas da região são essenciais para o atendimento de ponta.
De acordo com o comunicado do Ministério de Minas e Energia, a previsão os meses de setembro a novembro indica chuva abaixo da média na região Norte e no Centro-Oeste com temperaturas acima da média histórica em todo o país.
Para o Sistema Interligado Nacional, as afluências previstas para setembro respondem a 43% da média de longo prazo, sendo o segundo menor valor para o mês de um histórico de 94 anos.