De acordo com um estudo realizado pela BloombergNEF (BNEF) e divulgado nessa semana durante a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, o Brasil vai precisar de US$ 1,3 trilhão em investimentos para conseguir atingir a neutralidade climática até 2050 e se tornar um dos líderes globais da transição energética.
Em torno de US$ 500 bilhões do recurso irão ser enviados para fontes renováveis, o restante abrangeria a produção de hidrogênio verde e o uso de tecnologias de captura e armazenamento de carbono, alternativas vistas como “caras” pela pesquisa, devido ao valor atual das tecnologias necessárias para o desenvolvimento.
Apesar do Brasil ter uma matriz dita como majoritariamente limpa em comparação com outros países, a BloombergNEF demonstrou um valor alto de investimentos para as renováveis em função das suas aplicações no processo de eletrificação e crescimento econômico brasileira.
A eletrificação de vários setores, como transporte, edifícios e indústria, tem capacidade de evitar 53% das suas emissões brasileiras até 2050, desempenhando uma função crucial no alcance do Net Zero.
Outras soluções
Outras medidas também podem auxiliar a evitar as emissões, mas o valor das tecnologias ainda é alto, por exemplo, o uso de captura e armazenamento de carbono, do hidrogênio e da bioenergia, com potencial de evitar 25%, e a energia limpa, capaz de evitar até 7%.
Entre as fontes para o alcance da meta, as eólicas, que vem passando por momento desafiador na indústria, em função da ausência de novos projetos da fonte, podem desempenhar um papel importante na eletrificação.
Conforme o estudo, apesar da expectativa de uma eventual redução na demanda, que pode ir de 5 GW em 2023 para menos de 2 GW entre 2026 e 2027, as eólicas podem subir novamente sua demanda a partir de 2028.
“O Brasil possui um dos maiores fatores de capacidade médios globais, com a geração onshore sendo maior que a do offshore em relação aos muitos mercados. Isto leva a um dos custos médios mais baixos de eletricidade (LCOEs) no mundo”, informa o levantamento.