Nos últimos anos várias montadoras fizeram metas e firmaram compromissos de produzir apenas carros elétricos a partir de 2030, contudo essa estratégia está sendo revisada. Diversas companhias estão revisando seus planos nesse sentido e já admitiram que não vão abandonar o abastecimento com gasolina ou etanol.
No começo de 2024, a General Motors informou que iria mudar sua estratégia por trás da eletrificação da companhia. Ao invés de carros elétricos, a meta da montadora, que contempla as marcas Chevrolet, Buick, GMC e Cadillac, agora é priorizar a produção exclusiva de carros híbridos a partir de 2030.
Na sequência, em maio, veio a Ford. A montadora anunciou que irá seguir com a venda de carros à combustão na Europa mesmo depois de 2030. Vale ressaltar que a União Europeia determinou uma meta para que as montadoras abandonassem os veículos à combustão a partir de 2035.
Em setembro, foi a vez da Volvo ir pelo mesmo caminho. A fabricante sueca tinha planejado fabricar apenas carros elétricos a partir de 2030. Contudo, a redução na demanda por veículos totalmente elétricos na Europa, fez com que a montadora repensasse sua decisão.
Agora, o plano da Volvo é se concentrar nos modelos híbridos plug-in (que tem tomadas para serem recarregados, mas também podem ser abastecidos com gasolina). A previsão é que esses veículos representem 90% das vendas ao fim desta década.
Ao informar a desistência da sua estratégia inicial, a Volvo afirmou que a “transição para a eletrificação não será linear e o mercado está se movendo em diferentes velocidades para essa adoção”. A falta de incentivos do governo e de uma infraestrutura de carregamento também pesaram na decisão.
“Quando acaba o orçamento, acaba também o incentivo para o mercado. Isso explica por que o ritmo da eletrificação diminuiu em alguns mercados”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Bastos. “É preciso apoio governamental e políticas relacionadas.”