A energia solar fotovoltaica foi a única tecnologia com aumento alinhado com a meta de triplicar a geração de energia renovável no mundo até 2030, de acordo com o levantamento da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). Todas as outras fontes tiveram incremento de capacidade instalada abaixo do necessário em 2023.
De acordo com a entidade, triplicar a geração renovável até o final da década, atingindo 11,2 TW, exige crescimento anual de 1,04 TW por ano. Em 2023 foram adicionados 473 GW, sendo 346,9 GW de energia solar, 114,5 GW de energia eólica, 6,6 GW de hídrica e 5,2 GW de bioenergia, geotérmica, solar concentrada e maremotriz combinadas.
Em relação com a capacidade do ano passado, o mundo vai precisar de 3 vezes mais eólica onshore, 6 vezes mais eólica offshore e bioenergia e 35 vezes mais geotérmica, para que se seja possível a meta de descarbonização e limitação do aquecimento global em 1,5ºC até 2050.
Fonte com maior participação da matriz elétrica
Para se manter alinhado com o objetivo, a energia solar precisa de um acréscimo de 578 GW por ano entre 2024 e 2030, alcançando 5,45 TW. Com esse volume, a tecnologia vai ser a fonte com a maior participação na matriz elétrica mundial.
A Irena indica que os atuais planos e metas de governos nacionais estimam apenas metade da expansão anual necessária de geração renovável, resultando em uma capacidade mundial de 7,4 TW em 2030, 34% ou 3,8 TW abaixo do objetivo. Esse déficit aponta que existem políticas insuficientes para limitar o aumento da temperatura da Terra em 1,5ºC, ressaltando a necessidade de ações mais urgentes.
O levantamento aponta que a geração renovável é a opção com o custo mais baixo de novos projetos de produção de energia elétrica em quase todos os países do mundo. Mais de 80% da capacidade sustentável adicionada ano passado produz eletricidade mais barata que a geração fóssil acrescentada em 2023. Além disso, os custos para sistemas de armazenamento com baterias reduziram em quase 90% desde 2010.