Superando obstáculos determinados pelas tarifas de mercados ocidentais, a China ampliou sua participação e em outubro de 2024 foi responsável por 76% do mercado mundial de veículos elétricos, de acordo com dados divulgados na última terça-feira, 3 de dezembro. Entre janeiro e outubro, a Associação Chinesa de Automóveis de Passageiros anunciou que as vendas de carros elétricos alcançaram 14,1 milhões de unidades, com 69% dessas vendas acontecendo no mercado doméstico chinês.
Os números registram uma trajetória crescente, levando em consideração que, no ano passado, em torno de 60% dos novos registros de carros elétricos aconteceram dentro da China, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
Mesmo que a China ainda domine o mercado global, com a maior parte das comercializações concentradas no país, na União Europeia e nos Estados Unidos as barreiras aos produtos e serviços chineses em muitos países também cresceu, seja com o argumento de proteger companhias e empregos locais, seja por fatores estratégicas. Em 2024, o governo do presidente americano, Joe Biden, por exemplo, elevou a taxa sobre os veículos elétricos chineses, que subiu de 25% para 100%, e a União Europeia também impôs uma tarifa adicional de até 35%.
Em resposta a esses impostos, o governo chinês combateu com políticas de incentivo interno, dobrando os subsídios para compradores de carros elétricos. Agora, clientes que trocarem seus carros tradicionais por modelos elétricos podem receber até 20.000 yuans (cerca de 17.000 reais).
A Tesla, empresa automobilística dos EUA liderada pelo bilionário Elon Musk, aliado do presidente eleito nas Eleições Presidenciais de 2024, Donald Trump, foi uma das beneficiárias do novo subsídio chinês em setembro, com as vendas crescendo em 7% no terceiro trimestre.
Além disso, enquanto as exportações para os Estados Unidos reduziram em 23% nos últimos dois anos, as exportações chinesas dos eletrificados para a Rússia cresceram em 109%, o que evidencia um redirecionamento estratégico para novos mercados.