Em uma reunião extraordinária na última quinta-feira, 19 de setembro, o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresentou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o plano de contingência para atender o suprimento de energia em função do cenário desafiador causado pela falta de chuvas no Brasil neste ano.
De acordo com a nota divulgada à imprensa, o Operador entende a importância do horário de verão como alternativa para reduzir os custos, garantir o suprimento e aumentar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente no horário de ponta noturna, que acontece entre 18h e 19h.
Análise do ONS
A análise feita pelo ONS apontou que a retomada do horário de verão nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul trará uma queda de até 2,9% da demanda máxima, sobretudo em cenário de afluências críticas, como a que algumas regiões estão enfrentando a neste momento. A estimativa é que vai haver uma economia de custos de operação em cerca de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
“O ONS realizou os estudos sobre o horário de verão e recomendou sua adoção visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do SIN (Sistema Interligado Nacional) e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”, disse Marcio Rea, o diretor geral do órgão.
A medida pode trazer uma baixa na demanda máxima tanto em dias úteis como aos finais de semana, em praticamente todas as condições de temperatura, o que adia o efeito de rampa de carga em até duas horas, permitindo que a compensação pela saída da geração solar seja feita de forma mais alongada.
Outras medidas foram listadas:
- Reconhecimento da importância do projeto piloto de resposta da demanda por disponibilidade;
- Redução das defluências mínimas nas hidrelétricas de Porto Primavera e Jupiá para os níveis de 3.900m³/s e 3.300m³/s, respectivamente, até o final do próximo período seco (31/10/2025);
- Operação da hidrelétrica de Belo Monte na vazão mínima de 100 m³/s, ao invés de 300 m³/s e possibilidade de uso no horário de ponta;
- Reconhecimento da importância da entrada em operação da LT 500 kV Porto do Sergipe – Olindina – Sapeaçu; LT 500 kV Terminal Rio – Lagos C1 e C2 e LT 345 kV Leopoldina 2 – Lagos, para assegurar o pleno escoamento de potência da UTE Porto Sergipe e das UTEs da área RJ/ES.