Uma investigação realizada em 2022 divulgou que artistas sertanejos, que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro, tem dívidas de aproximadamente R$900 milhões com a Receita Federal. Estas dívidas contemplam os pagamentos em atrasos e multas de Imposto de Renda, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas, e são alvos em uma investigação incluindo empresários e familiares dos artistas.
Procuradores dos Ministérios Públicos Federais nos estados dão informações à Receita, que realiza a investigação de indícios de superfaturamento na comercialização de shows, principalmente em regiões como o Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. A suspeita é que oferecer apoio a Bolsonaro seja ligado a uma promessa de perdão de até 90% das dívidas, se ele fosse reeleito, de acordo com as informações anunciadas pelo jornalista Ricardo Feltrin.
Além disso, alguns dos multados usaram o sistema “Regularize” na época para negar ou questionar as tais dívidas. O sistema foi expandido depois que Bolsonaro assumiu a presidência em 2019, e desde então, muitos sertanejos vem sendo seus maiores apoiadores.
Artistas abriram empresas no nome de laranjas
Investigações ainda revelaram a abertura de várias empresas para atuar promovendo a carreira dos sertanejos. Várias dessas empresas estão no nome de procuradores, agentes, parentes e “laranjas”. Quando uma companhia acaba acumulando dívidas, ela é inativada e novas empresas são criadas para continuar as atividades, o que atrasa a responsabilização dos devedores verdadeiros.
Na época, as investigações já estavam sendo feitas a sete anos, em andamento nos Ministérios Públicos Federais de diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás. Diversos procuradores já encaminharam os resultados à Justiça e à Receita Federal para que as multas sejam aplicadas.
A divulgação de que o apoio a Bolsonaro poderia ser uma estratégia para conseguir benefícios fiscais causou uma grande repercussão no público. Fãs e críticos ficaram chocados, surpresos e desiludidos, e acabaram questionando a integridade dos artistas e a legitimidade de seu apoio político.