Um dos principais campos de pesquisa dentro da Física é a fusão nuclear, sendo estudada há quase um século. Enquanto a fissão nuclear hoje é empregada como o modo de operação de usinas nucleares, a fusão conta com consequências muito maiores, podendo ser empregado para abastecer o mundo – ou até mesmo destruí-lo.
Desde 1930, engenheiros e físicos buscam entender o comportamento da fusão nuclear de diversos elementos. Recentemente, foi concluído que os materiais ideais para alguns dos elementos do reator não estão disponíveis, mas podem ser desenvolvidos.
Assim, surgiram projetos como IFMIF-DONES, realizado em Escúzar, na Espanha. Durante as pesquisas vigentes, cientistas chegaram à conclusão que o tungstênio, também conhecido como volfrâmio, conta com o maior ponto de fusão dentre todos os metais encontrados na tabela periódica, com incríveis 3.422ºC.
Essa propriedade fisicoquímica faz do tungstênio o material ideal para o revestimento dos componentes mais expostos de um reator, servindo como uma proteção do plasma, cuja temperatura é de pelo menos 150 milhões de graus Celsius. Além disso, o elemento conta com um índice de condutividade térmica elevado, sendo pouco ativado sob o impacto de nêutrons de alta energia.
Fusão nuclear e a aplicação do tungstênio
A aplicação do tungstênio em reatores próprios para a fusão nuclear não é um processo simples. Isso acontece justamente por conta das próprias propriedades do material, considerado denso e extremamento duro.
Sua dureza torna difícil e muito caro manuseá-lo com uma máquina de corte por controle numérico computadorizado (CNC), o que dificulta sua utilização como revestimento. Dessa forma, o que tem sido estudado é a síntese do material a partir da interação de gases e mediante deposição química.