Na última segunda-feira, dia 23 de setembro, a Ford assinou um acordo para transferir a fábrica de Horizonte ao governo do Ceará. A propriedade, com área de 11,89 hectares, localizada no bairro Catolé, operou como linha de montagem da Troller até 2021, quando a empresa decidiu encerrar as operações da marca. Ainda não foram divulgados os valores e detalhes do acordo.
Em um comunicado ao EXAME Casual, a montadora informou que o documento irá contribuir para o crescimento econômico e social do estado. “A Ford agradece ao governo do Ceará por permitir uma negociação em que a empresa e o Estado puderam colaborar para promover o desenvolvimento da região”. No fim de 2023, a Ford também transferiu a planta de Camaçari em um acordo similar com o governo da Bahia.
O governo do Ceará já planejou como vai utilizar o espaço. Em um evento com a presença do governador Elmano de Freitas e de Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no início do mês passado, foram anunciados os detalhes do plano do governo estadual.
Planos do governo do Ceará
O plano é a criação do Polo Industrial Automobilístico, com aproximadamente R$ 400 milhões em investimentos e 255 empregos diretos na primeira etapa. O polo começará suas atividades com um modelo de planta automotiva multimarcas. Serão produzidos veículos eletrificados e/ou híbridos sob encomenda de terceiros. O objetivo é que os primeiros veículos saiam da linha de montagem no primeiro semestre de 2025.
O complexo industrial vai ter a Comexport como âncora e parceira, a maior empresa de comércio exterior e supply chain do Brasil. Marcas como Mercedes-Benz, Honda, BYD, GWM, Renault, Ford, Volvo, GM, Toyota, Higer, Chery, Volkswagen e Porsche estão em operação no Brasil através da Comexport.
A estimativa para a capacidade de produção é de 40 mil veículos na primeira etapa, distribuídos entre modelos de diversas marcas. O governo do Ceará informou que já possui acordos para produzir seis modelos de carros eletrificados de três marcas. Porém, nem o governo estadual nem a Comexport divulgaram os nomes dessas marcas.