Frente ao desafio da humanidade em diminuir os impactos das mudanças climáticas, cabe às organizações procurarem formas de produção mais sustentáveis. Uma pesquisa recente feita com a participação da JBS apontou que a pecuária, uma das principais atividades econômicas do país, pode ser sustentável produzindo emissões negativas de carbono, isto é, retirar da atmosfera mais carbono do que produz.
O estudo, feito entre agosto de 2023 e maio de 2024 por pesquisadores do OCBio/FGV (Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas), da consultoria Fauna Projetos e do Instituto Inttegra, é considerado um dos maiores no mundo sobre o tema.
O levantamento contemplou a produção de 103 fazendas de pecuária da Friboi em 12 Estados. Das 103, 76% das fazendas foram indicadas como modelo de baixo impacto ambiental. Dentre elas, 45% emitem baixo nível de GEE (gases de efeito estufa) para cada tonelada de carcaça e 31% registram emissão negativa. Foi considerado como baixa emissão valores entre 0 e 1,4 tonelada de gás carbônico por hectare.
Para Antônio Chaker, o CEO do Instituto Inttegra, os bons resultados são devido a práticas sustentáveis, como recuperação de áreas de pastagem e maior eficiência produtiva. “O estudo mostrou que a pecuária, quando feita com as melhores práticas e eficiência produtiva, ajuda no controle das mudanças climáticas porque tira carbono da atmosfera”, afirmou.
A importância desse resultado é em função ao tamanho da atividade pecuária no Brasil. Com um rebanho acima de 200 milhões de cabeças de gado, o setor correspondeu por 6,6% do PIB (Produto Interno Bruno) do Brasil ano passado, produzindo uma riqueza próxima de R$ 750 bilhões, de acordo com o estudo.
Em 2023, o país se tornou o maior exportador global de carne bovina, comercializando para 159 países, de acordo com o levantamento a partir de dados do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), do Cepea/Esalq/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).