Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, em um discurso afiado criticou, na segunda-feira (26/08), o que chamou de “colcha de retalhos” do setor elétrico e repetiu a reclamação sobre os subsídios concedidos nos últimos anos que fazem uma pressão no preço da conta de luz paga pelos consumidores brasileiros.
Alexandre faz parte da reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia (MME). O evento estabeleceu a assinatura de atos relacionados ao setor elétrico por Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da república e pelo próprio ministro.
“O setor elétrico chegou ao limite e estamos à beira do precipício do ponto de vista tarifário. E nós precisamos reconstruir uma política convergente em prol do Brasil, da sustentabilidade do setor e da justiça tarifária do país”, afirmou o ministro.
“Não adianta nós ficarmos, do outro lado da rua, tentando fortalecer as associações isoladamente, porque todas elas pagarão o preço pelo colapso do setor”, continuou Silveira. “É importante que se unam em torno do que estamos construindo de política pública, para que a gente busque a sustentabilidade do setor.”
No seu discurso, Alexandre Silveira prometeu “resolver essa colcha de retalhos em que se transformou o setor elétrico”.
“Vamos construir caminhos para a justiça tarifária. Não vamos perder essa batalha e não podemos permitir que a nossa gente pague tarifas tão altas”, concluiu.
Gás natural
Ao longo da cerimônia, Lula assinou um decreto que tem como propósito o aumento da oferta de gás natural, assim barateando o insumo para a indústria.
O gás natural é utilizado como matéria-prima e/ou fonte de calor para vários produtos, correspondendo a uma grande parte dos custos da indústria. Por isso, o barateamento do gás é uma forma de incentivo ao setor.
O decreto concede um poder maior à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para que opere em todas as fases da cadeia e determine a redução dos índices de reinjeção de gás.
De acordo com Silveira, o governo federal deverá oferecer botijões de gás a mais de 20 milhões de famílias até o fim de 2025.