De acordo com dados da BlommbergNEF, em 2004, o mundo levava cerca de um ano para instalar 1GW de capacidade solar. Nesse ano, a previsão é de 655 GW, isto é, equivalente a dois anos de 2004 a cada dia.
Isso acontece em função do barateamento da tecnologia solar, resultado do ciclo virtuoso das economias em escala mundial e da concentração da produção na China.
No Brasil, a energia solar alcança 47 GW de capacidade instalada de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), partindo de uma base quase nula em 2012. Dos 47 GW, quase 70% são não modalidade de geração distribuída, em sua maior parte em aplicação residencial.
Potencial do Brasil
A fonte solar tem potencial para viver mais um ano de crescimento forte no país estimulado pelo aumento das tarifas de energia (Região Norte), pela regulamentação do uso de baterias para armazenar energia, pela baixa constante no custo dos módulos solares, pela versatilidade das aplicações (tetos solares, carports, projetos off grid) e pela ampliação do acesso ao crédito (BNDES).
Isso vem trazendo um apetite redobrado por parte de investidores financeiros, que encontraram nos projetos solares de geração distribuída de taxas de rentabilidade com dois dígitos e período de payback (reembolso de investimento) atrativos, entre oito e dez anos.
Contudo, para que essa trajetória de crescimento continue avançando, vai ser preciso ultrapassar alguns desafios.
Na tentativa de equilíbrio de energia para os grandes centros consumidores com a previsão de demanda nos meses de outubro e novembro, em que as temperaturas estão altas, e com a previsão de redução nos níveis dos principais reservatórios hídricos, termelétricas foram acionadas, com um custo extremamente elevado para o sistema elétrico.
Outro recurso que vem sendo utilizado é o curtailment (são cortes na geração de energia) de fontes renováveis. De acordo com previsões da ABSOLAR, com as medidas de “curtailment” impostas nos últimos dois anos, as empresas enfrentaram prejuízos de R$ 237 milhões.