Nesta semana, a Frente Nacional de Consumidores de Energia divulgou um levantamento que comprova com números uma percepção antiga no setor. Como esperado, a energia gerada pela usina de Itaipu é a mais cara entre as grandes hidrelétricas do país.
Em 2023, o custo de sua energia foi de R$ 294 por MWh (megawatt-hora) para cada uma das 31 distribuidoras responsáveis por compara sua energia. A tarifa é muito superior às oito grandes hidrelétricas que costumam ser comparadas à Itaipu – ou seja, com custos de construção e instalação já amortizados e com produção acima dos 5 milhões de MWh.
A terceira maior usina hidrelétrica do mundo conta com um custo quase três vezes maior que a média do grupo citado. As demais usinas conta com um custo de R$ 101,78 por MWh. A segunda energia mais cara gerada por uma dessas usinas hidrelétricas foi a da usina de Ilha Solteira, com a tarida de R$ 148 em 2023. Já a mais barata foi a de Xingó, com R$ 56.
Itaipu é uma das mais antigas, mas segue com valor alto
Quando há a instalação de uma usina hidrelétrica, a tendência é que seus valores sejam mais altos, justamente para que haja a amortização de sua construção e instalação, além de demais gastos iniciais. Portanto, as usinas mais antigas, como Itaipu, costumam ser mais baratas.
Dois exemplos são as usinas de Furnas e Itaparica, fundadas em 1963 e 1988, respectivamente, cujas tarifas chegaram a R$ 65 e R$ 70 em 2023. No entanto, o que chama ainda mais atenção é que a energia gerada em Itaipu foi mais cara que as novas hidrelétricas da região Norte: Jirau, Santo Antonio e Belo Monte.
De acordo com o levantamento da Frente, a Cuse (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade), tarifa de Itaipu, foi de US$ 16,71 kW/mês (R$ 85,52 pelo quilowatt por mês). A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) soma anualmente outros custos de Itaipu pagos pelos consumidores brasileiros, como a cessão de energia para o Paraguai, chegando ao valor final de R$ 235,70 pelo MWh.