Foi anunciada uma novidade no setor ferroviário pela companhia alemã Stadler Rail ao apresentar o primeiro trem elétrico do mundo movido simultaneamente a hidrogênio e bateria. A inovação chega apenas alguns meses após a empresa ter quebrado o recorde mundial do Guinness com seu trem movido exclusivamente a hidrogênio, o Flirt H2, que percorreu 2.803 km com um único tanque de combustível.
A empresa elevou o padrão mais uma vez, com o projeto RS Zero, um trem prometendo redefinir o transporte ferroviário com sua proposta de zero emissão de CO2 (gás carbônico).
O RS Zero foi construído para atender a uma demanda por opções sustentáveis no setor de transportes que vem crescendo, principalmente em regiões onde a eletrificação das linhas ferroviárias é limitada. Hoje em dia, cerca de 38% das linhas ferroviárias na Alemanhaainda não são eletrificadas, tornando essa solução atrativa para operadores ferroviários que dependem de ramais e linhas alimentadoras.
Esse trem elétrico pode operar tanto com energia elétrica quanto com hidrogênio, ou com uma combinação de ambas, se adaptando a diferentes necessidades operacionais.
Histórico
A companhia alemã possui um histórico notável no desenvolvimento de trens inovadores. Desde 1996, o RS1 Railbus, um dos modelos mais icônicos da Europa, está percorrendo as ferrovias da Alemanha e da República Tcheca.
Agora, esse novo modelo, além de ser zero emissões, adicionou inovações no design e na operação, incluindo a capacidade de alternar entre energia elétrica e hidrogênio, o consolidando como um dos mais modernos trens elétricos.
Devido a seu design leve e eficiente, ele é ideal para ramais que se conectam a trilhos ferroviários principais, ofertando uma operação sustentável e econômica.
Um único vagão movido a hidrogênio pode percorrer até 700 km, enquanto a configuração com dois vagões atinge 1.000 km. Os modelos movidos a bateria, têm um alcance menor, com um único vagão chegando a 80-100 km e uma configuração dupla percorrendo até 180 km.
O modelo RS Zero atinge uma velocidade máxima de 120 km/h, o que oferece uma flexibilidade para os operadores ferroviários escolherem a configuração que melhor atende às suas necessidades.
A possibilidade de alternar entre hidrogênio e energia elétrica permite uma operação econômica e sustentável em regiões parcialmente eletrificadas, onde o trem pode utilizar cabos aéreos se alimentando de energia.