O setor elétrico do Brasil vem estimando uma recuperação depois da estiagem severa que ocorreu este ano. Segundo especialistas, o retorno do período de chuvas e a projeção de um clima ameno para 2025 devem causar um alívio na pressão sobre os reservatórios e diminuir os custos com geração de energia.
A estimativa é de que a conta de energia fique mais barata na grande parte do ano que vem, sem aplicar as taxas extras das bandeiras tarifárias amarela e vermelha.
Mayra Guimarães, a diretora de Regulação e Estudos de Mercado da consultoria Thymos Energia, enfatizou que “a nossa expectativa é de bandeira verde o ano todo, com exceção de agosto e setembro, que vai para a amarela. Tirando esses dois meses, é um ano que, por enquanto, está mostrando bandeira verde em todos os períodos”.
O acionamento das termelétricas será menor ano que vem
Essa estimativa fortalece uma necessidade menor de acionamento das usinas termelétricas, que são mais caras e são acionadas em períodos de muita demanda ou pouca disponibilidade da energia hídrica.
As previsões climáticas para o ano que vem apontam chuvas acima da média no Norte e Nordeste, que são regiões favorecidas pelo fenômeno La Niña, que provavelmente ocorrerá com pouca intensidade.
Por outro lado, a região Sul deverá registrar chuvas abaixo da média, mesmo sem o risco de estiagem. O que impulsionará a recuperação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) serão as chuvas do final desse ano, que já começaram a aumentar os níveis de armazenamento.
Em 2023, a severa escassez de água levou a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) a tornar mais flexível as vazões das hidrelétricas de Jirau e Belo Monte, o que permite uma constante produção de energia durante o período de seca.
As bacias dos rios Paraguai, Madeira, Purus, Tapajós e Xingu foram muito afetadas, devidos aos impactos produção de energia e no abastecimento.