O mercado de energia solar no Brasil é dominado por empresas da China, que detém o controle de 90% das vendas de placas solares no país. Os dados que foram divulgados refletem a base da Solfácil, pois foram coletados a partir dos pedidos de financiamento realizados na plataforma durante o segundo trimestre do ano.
Essa informação contrapõe fortemente com a situação da WEG, uma das maiores fabricantes brasileiras, que controla apenas 1% de participação nesse mercado em ritmo de crescimento acelerado.
De acordo com os dados divulgados, a empresa chinesa Deye lidera com 22% do volume de vendas, logo após Goodwe, que possui 18% do mercado e é especialista em grandes projetos.
Essas empresas têm se beneficiado do crescimento na demanda por energia sustentável no Brasil, favorecida pelos contínuos incentivos fiscais e pela queda dos custos de produção.
De acordo com Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o Brasil é visto como uma das principais potências mundiais na implementação de projetos de energia solar. Ele ressaltou que “com a contínua diminuição dos custos, mais pessoas devem investir nessa fonte sustentável de energia”.
Realmente, o preço do watt-pico (Wp) caiu 9% no primeiro semestre de 2024, atingindo uma média de R$ 2,66. Este decréscimo está ligado ao barateamento do polissilício, um material fundamental na fabricação de placas solares.
A pesquisa também cita variações regionais nos preços, com Rondônia e Roraima apresentando os valores mais baixos, R$ 2,30 e R$ 2,34 por Wp, respectivamente. O caso de Roraima é particularmente notável, já que registrou uma queda de 15% nos preços entre o primeiro e o segundo semestre. Já Minas Gerais foi o único estado a registrar um aumento de 2% no preço do Wp, fechando o semestre com valores acima de R$ 3,00.
Como uma empresa do Brasil pode competir em um mercado dominado por empresas internacionais?
A competição é acirrada, e as empresas chinesas estão estabelecendo uma vantagem difícil de superar devido à sua capacidade de oferecer preços mais competitivos e tecnologias mais avançadas.
Porém, existe um caminho para a WEG e empresas brasileiras. Investir em inovação tecnológica, ampliar parcerias e buscar nichos de mercado ainda pouco explorados são estratégias que podem ajudar a reverter esse cenário de dependência estrangeira.
A alta conscientização sobre a importância da sustentabilidade pode servir como um impulsionador para a adesão de energias renováveis por parte de consumidores e empresas brasileiras.