A área de plantação de soja alcançou os 40 milhões de hectares no ano passado, correspondendo ao tamanho do Paraguai e a 14% da área de agropecuária do Brasil. Aumentou 9 vezes em relação a 1985, quando o volume de área ocupada era de 4,4 milhões de hectares. Segundo dados de um dos recentes balanços realizados pela rede MapBiomas, publicado na sexta-feira, 6 de dezembro.
Os especialistas que realizaram o estudo dos dados coletados em mapeamentos indicam que, de 1985 a 2023, a área ocupada com plantações como a soja, cana-de-açúcar, do arroz e do algodão, cresceu 3,3 vezes, saindo de 18 milhões para 60 milhões de hectares.
Soja ocupa maior parte da vegetação ativa
Nos primeiros anos analisados, de 1985 a 2008, os hectares ocupados corresponderam a 18 milhões, sendo que 30% ocuparam áreas de vegetação nativa (correspondendo a 5,7 milhões de hectares) e 5 milhões de hectares (mais ou menos 26%), o que resultou em um processo de mudança do solo de pastagem para soja.
Na 2ª fase de análise, os números que se referem a ampliação a soja mudaram. Dos anos de 2009 a 2023, o grão se expandia por mais 17 milhões de hectares, nos quais 6,1 milhões de hectares (mais ou menos 36%) eram oriundos da conversão de pastagem e 2,8 milhões de hectares (correspondendo a 15%) eram áreas de vegetação nativa.
Em 2023, o bioma em que a soja mais ampliou foi o Cerrado, em torno de 19,3 milhões de hectares. Logo após vem a Mata Atlântica, com 10,3 milhões de hectares e a Amazônia, responsável por 5,9 milhões de hectares. Os analistas da MapBiomas enfatizaram que o Pampa é o bioma que corresponde a maior área proporcional em comparação com seu território, com mais de um quinto, 21%, preenchido pela plantação de soja, com 4 milhões de hectares.
Um dos pesquisadores de agricultura do MapBiomas, Eliseu Weber, disse que a soja é preferência, em comparação com a criação de gado, devido aos resultados observados rapidamente. “Além disso, há um componente político, que é a inexistência de ações de conservação dessas fisionomias que são tão raras no Brasil. O Pampa é 2,5% do país e dois terços dele já se foram”, disse.