Se a China apresentar propostas mais ambiciosas para as Nações Unidas no começo de 2025, as emissões de CO2 (dióxido de carbono) da país poderão reduzir em um terço até 2035 e se alinharem às metas do Acordo de Paris sobre o clima, de acordo com o apontado por uma organização ambiental nesta quinta-feira, 3 de outubro.
Como forma de comprar as suas obrigações sob o Acordo de Paris, as nações deverão entregar novas e mais fortes “contribuições nacionalmente determinadas” (NDCs, na sigla em inglês) à ONU até fevereiro de 2025 para o estabelecimento de metas para 2035.
Conforme o Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (CREA), com sede em Helsinque, com a China prestes a cumprir suas metas climáticas para 2030 com facilidade, o país agora capitalizaria suas vantagens em relação a energia renovável e pode estabelecer políticas que diminuirão as emissões em pelo menos 30% até 2035.
Os níveis totais de dióxido de carbono já podem estar em “declínio estrutural”, depois de terem reduzido em 2024, e há sinais positivos de que o clima está de volta à agenda política, disse a analista de políticas da China do CREA, Belinda Schape.
Porém, “apesar dessas tendências positivas, existe o risco de que os formuladores de políticas chineses possam estar reduzindo as metas climáticas da China para 2035 em meio à inércia política atual”, afirmou ela.
A China ainda não divulgou nenhum detalhe em relação aos seus planos de NDC. Em agosto o principal funcionário do setor de energia renovável, Li Chuangjun, disse aos repórteres que estava trabalhando bastante para estabelecer as metas para 2035.
As metas climáticas de longo prazo do país asiático e seu caminho para as emissões líquidas zero vai ser decidido apenas pela China e “nunca será influenciado por outros”, disse Li.
O Climate Action Tracker, uma iniciativa independente que analisa como as nações estão lidando com a meta de Paris de manter o aumento da temperatura dentro de 1,5 grau Celsius, apontou a última apresentação do NDC da China em 2021 como “altamente insuficiente”.
A nação chinesa é classificada pela ONU como um país em desenvolvimento e, por isso, não é obrigada a fazer cortes absolutos nas emissões. Em 2022, na sua última apresentação de NDC, a China afirmou que havia “feito todos os esforços” para avançar nas ações climáticas.