Os mitos sobre veículos elétricos são desmistificados a todo instante. Uma das maiores dúvidas do público é em relação ao risco de incêndio após acidentes graves, uma vez que o fogo se alastra rapidamente quando a bateria de íon de lítio entra em combustão.
O assunto foi retomado depois de dois incidentes semelhantes ocorrerem em Lisboa (Portugal) e Seul (Coreia do Sul) neste ano. No primeiro caso, em agosto, o fogo se espalhou por um estacionamento perto do Aeroporto Humberto Delgado e atingiu 200 carros. Mesmo com a gravidade do acidente, ninguém se feriu.
Já o incêndio que ocorreu próximo à Seul no mesmo mês atingiu 140 veículos em um prédio depois de uma Mercedes-Benz EQE pegar fogo durante 8 horas. Na ocasião, 23 pessoas foram hospitalizadas por ter inalado fumaça, entre moradores e bombeiros.
Incidência em veículos elétricos é baixa
Mesmo com a gravidade dos acidentes, a ocorrência de fogo em carros elétricos é baixa. Segundo a NTSB (National Transportation Safety Board), uma agência de segurança conectada ao governo dos Estados Unidos, a incidência de incêndio em um carro elétrico é 60 vezes menor em relação a veículos a combustão.
A pesquisa foi baseada por números do mercado americano. Para cada 100 mil veículos a bateria, somente 25 incêndios foram reportados em 2023. Por outro lado, para veículos a combustão, a ocorrência total é de 1.530 para cada 100 mil.
Outros estudos apontam dados parecidos. Segundo a Agência de Contingência Civil da Suécia (MSB), apenas 29 modelos elétricos e 52 híbridos sofreram incêndios no país entre 2018 e 2022, isto é, uma média de 16 incêndios por ano. Em contrapartida, foram registrados 3,4 mil incêndios de carros com motores a combustão em um ano.
Dessa forma, a agência sueca estabeleceu que 98,1% de todos os incêndios de carros envolvem modelos movidos somente a combustíveis fósseis. Os veículos elétricos a 0,4%, enquanto modelos híbridos correspondem a 1,5%.