De acordo com os dados divulgados pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima, as emissões de gases de efeito estufa sofreram redução de 12% no ano passado.
Essa é a maior redução das emissões em 15 anos. Em 2023, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, enquanto há dois anos o número foi de 2,6 bilhões.
Esse percentual é em função da redução de 30% do desmatamento na Amazônia e 15% no Pampa. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mesmo com isso, as emissões cresceram no Pantanal em 86%, Cerrado em 23%, Caatinga em 11% e 4% na Mata Atlântica.
Porém, o Brasil é o quinto maior emissor de gases de estufa no mundo, corresponde por 3,1% das emissões globais, ficando atrás somente da China com 26%, EUA com 11%, Índia com 7% e Rússia com 4%.
Em 2023, 98% das emissões brutas foram oriundas do desmatamento, com 1,04 bilhão de toneladas de gases estufa emitidos.
Principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa no Brasil
Mudanças do uso da terra: correspondem por 46% das emissões brutas em 2023, redução de 2% em comparação ao ano de 2022;
Agropecuária: o segmento teve seu quarto recorde consecutivo de emissão de gás carbônico alcançando 28%, um crescimento de 2,2% em 2023, isto é, em torno de 631 milhões de toneladas de CO2;
Energia: corresponde por 18% das emissões, com crescimento de 1,1% em comparação ao ano de 2022, isto é, 420 milhões de toneladas de CO2 emitidas;
Resíduos: setor corresponde por 4% das emissões brutas;
Processos industriais e uso de produtos: emitiu 0,9%, isto é, 91 milhões de toneladas.
De acordo com SEEG, os setores de energia e processos industriais é responsável por tímido crescimento nas emissões, devido a queda das emissões nas atividades de indústria e de geração de eletricidade, mesmo com o recorde de transporte em toda a série histórica. As emissões de transporte só não foram mais altas por causa do recorde de consumo de biodiesel.