O setor industrial de energia solar e eólica conseguiram investimentos em um valor próximo a R$ 78 bilhões no ano passado, um pequeno aumento de 2,7% em comparação com 2023.
O saldo positivo foi impulsionado pela indústria solar, que foi bem beneficiado pelas isenções fiscais asseguradas pelas leis federais e estaduais. Ano passado, 14,3 GW (gigawatts) de energia solar foram instalados por todo o Brasil, um volume de 1,8 GW maior que em 2023, de acordo com dados publicados na última quinta-feira, 16 de janeiro pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
A título de comparação, a hidrelétrica de Itaipu possui a capacidade de produzir 14 GW.
Dos GW adicionados em 2024, 8,7 GW são provenientes dos micro e minigeradores, a intitulada GD (geração distribuída). Nos acréscimos de 2023, a GD correspondeu a 8,4 GW.
Modalidade de geração distribuída
Nesse modelo, os painéis fotovoltaicos são instalados próximos às unidades consumidoras, como em telhados. O volume de empresas que implementam as placas solares tem crescido. Esses consumidores são intitulados como usuários da geração distribuída e agraciados pelos descontos nos encargos setoriais e nas taxas de transmissão e distribuição.
“A GD parte de decisões pulverizadas dos consumidores de instalar um sistema no telhado de casa ou numa propriedade rural, e isso independe de uma decisão do governo ou de um grande investidor. Além disso, são projetos de volume financeiro individual muito menor do que os de uma grande usina, então é normal que esse modelo avance de uma forma mais distribuída”, disse o presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
Os investimentos e todo o setor solar totalizaram R$ 54,9 bilhões em 2024, um número 30% superior que em 2023. Para 2025, o setor estima investimentos de R$ 39,4 bilhões e adição de 13,2 GW de potência instalada.
“A energia solar está longe do teto, mas o volume de investimento está atrelado ao custo dos equipamentos. Então, como tivemos ao longo dos anos uma redução significativa no custo dos equipamentos, um volume equivalente de potência instalada movimenta menos recursos”, afirma Sauaia.