O governo decidiu na última terça-feira, 18 de fevereiro, a adesão a carta de cooperação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, a Opep+.
Isso significa que o país irá entrar em um fórum de debates de estratégias de mercado, sem o comprometimento com as práticas de cartel da Opep, como cortes na geração com influencia no valor do petróleo no mercado internacional.
No fórum, o Ministério de Minas e Energia espera debater o financiamento datransição energética com recursos do petróleo e deixar o mercado aberto para os biocombustíveis brasileiros.
De acordo com a Opep, a carta de cooperação é um sistema que facilita a comunicação com os países membros da Opep e aliados (intitulados de Opep+).
“O objetivo é contribuir para um abastecimento energético seguro e uma estabilidade duradoura em benefício dos produtores, consumidores, investidores e da economia global”, afirma a organização.
“Isso gera alguma obrigação vinculante ao Brasil? Não. Literalmente não. Foi lida e relida na reunião do CNPE que é apenas uma carta, um fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo”, afirmou Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, na última terça-feira, 18 de fevereiro.
Silveira afirma que o Brasil não precisa “se envergonhar” de ser gerador de petróleo.
Ambientalistas disseram ver contradição na decisão do governo
Após o anúncio, entidades ambientalistas fizeram críticas a decisão do governo. No entanto, integrantes da gestão, como Silveira, afirma não existir a contradição entre o país ser a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e divulgar a adesão ao fórum da Opep+.
Quando perguntado sobre as críticas de órgãos ambientalistas que afirmam ver a contradição, Silveira disse:
“Os ambientalistas […] têm todo o meu respeito, eu também sou ambientalista, também defendo a preservação do meio ambiente. Trabalho vigorosamente para avançar na transição energética, talvez eu me considere até mais ambientalista que eles”.