A área de queimada no Brasil, entre janeiro e novembro de 2024, dobrou em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados publicados na última segunda-feira, 16 de dezembro, são do Monitor do Fogo, realizado pelo MapBiomas, uma rede de colaboração entre universidades, ONGs e empresas de tecnologia, com foco no monitoramento de alterações na cobertura da terra no Brasil.
De acordo com o balanço, no total, foram queimados em torno de 29,7 milhões de hectares, um crescimento que corresponde a 90% em comparação com o mesmo período do ano passado, a maior área queimados desde 2018.
Para Ane Alencar, a coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas, esse crescimento desproporcional da área queimada, especialmente em locais de floresta, alerta para a necessidade de controlar do fogo, além de diminuir o desmatamento.
“Precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, disse Ane.
Amazônia foi a área mais atingida por queimadas em 2024
Os dados apontam que 57% da área queimada dos meses de janeiro a novembro no Brasil está localizada na Amazônia. Na floresta amazônica, 16,9 milhões de hectares foram atingidos por incêndios, sendo 7,6 milhões de hectares de florestas, assim como florestas alagáveis.
O Cerrado foi a segunda região mais afetada pelas queimadas. Ao todo, foram 9,6 milhões de hectares queimados. Desse volume, 85%, mais ou menos, 8,2 milhões de hectares, foram em locais com vegetação nativa. Segundo os dados, esse montante reflete um crescimento de 47% em comparação à média dos últimos 5 anos.
“A área queimada nos demais biomas entre janeiro e novembro deste ano foi: 1 milhão hectares na Mata Atlântica, sendo que 71% da área afetada estava em áreas agropecuárias; 3.300 hectares no Pampa; e 297 mil hectares na Caatinga – uma diminuição de 49% em relação ao mesmo período de 2023, com 82% das queimadas concentradas em formações savânicas”, apontou o MapBiomas.