O começo da operação dos sistemas de armazenamento através de baterias somente em 2029, projetado pela consulta pública aberta sobre o tema pelo Ministério de Minas e Energia (MME), “não faz sentido”, na opinião da diretora-executiva de Finanças, Relações com Investidores e Desenvolvimento de Negócios da ISA Energia, novo nome da antiga ISA Cteep, Silvia Wada.
Segundo o portal Megawhat,a visão executiva tem base no projeto de armazenamento de energia em baterias implementado na subestação de Registro, em São Paulo, de responsabilidade da transmissora. De acordo com Wada, o projeto levou 12 meses para entrar em operação, prazo que seria “aceitável” para os ativos do leilão projetado pelo MME. No entanto, ainda é preciso avaliar quais segmentos do setor elétrico vão ser autorizados a participar do certame, já que a pasta ainda não anunciou diretrizes para a sua realização.
“Nossa contribuição na CP foi neste sentido, porque fazer um leilão em 2025 para entrar em operação em 2029 não parece fazer muito sentido para a bateria. Isso, inclusive, gera uma incerteza em termos de indexação e contratação do Capex, porque se você consegue fazer uma obra em um ano, mas só precisa lá na frente, você vai contratar agora e correr riscos, o que pode prejudicar a rentabilidade, pois faço um investimento e só vou ter a remuneração lá para frente”, disse Wada no decorrer do evento com investidores feito pela empresa na última terça-feira, 12 de novembro, na B3, em São Paulo.
A contribuição da ISA Energia foi alinhada com o do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que deu a sugestão da entrada em operação dos equipamentos também em 2026. Para Wada, se a entrega dos ativos for em 2029, a pasta vai precisar deixar claro no edital do certame se, em caso de antecipação de entrega, irá haver remuneração adicional.
Caso contrário, em um panorama de necessidade somente 2029, Wada disse que seria interessante postergar a realização do leilão.