O mês de novembro deste ano foi segundo mais quente já registrado em todo o globo, de acordo com a pesquisa divulgada pelo C3S (Serviço de Mudança Climática Copernicus) na última segunda-feira, 9 de dezembro. A temperatura média global do mês registrada foi de 14,10°C, marcando uma anomalia de +0,73°C em relação à média de 1991-2020.
Os dados do C3S apontam que 2024 vai terminar marcado como o ano mais quente da história, com uma anomalia média anual de +0,72°C maior que o período de referência e mais de 1,5°C superior aos níveis pré-industriais.
Em novembro, as temperaturas globais registradas foram 1,62°C acima do nível pré-industrial. 16 dos últimos 17 meses registraram médias maiores que 1,5°C. No acumulado deste ano, as anomalias ultrapassaram 2023 em +0,14°C, refletindo no impacto de mudanças climáticas em escala global.
Na Europa, a temperatura média em novembro, no outono, foi de 5,14°C, com uma anomalia de +0,78°C em comparação com a média de 1991-2020. No entanto, o mês não ficou no top 10 dos novembros mais quentes no continente. Países como a Rússia, o nordeste e o sudoeste da Europa reportaram temperaturas acima da média, enquanto o sudeste europeu registrou temperaturas abaixo do esperado.
Precipitações também sofreram mudanças: o oeste e o centro da Europa registraram níveis abaixo da média, enquanto o sul do Reino Unido, Escandinávia e os Balcãs tiveram índices maiores. Mundialmente, áreas como o sudoeste dos EUA, México, Brasil e sul da África enfrentaram condições mais secas, em contraste com as chuvas intensas em partes da Austrália, Ásia Central e Filipinas.
No Ártico, a extensão do gelo marinho foi a terceira menor já reportada em novembro, 9% abaixo da média. A Antártida registrou a menor extensão histórica para o mês, 10% menor que o esperado.
A vice-diretora do C3S, Samantha Burgess, enfatizou 2024 vai registrar o primeiro ano completo com temperaturas bem superiores que 1,5°C dos níveis pré-industriais, ressaltando a necessidade urgente de ações climáticas mais ambiciosas.