Atualmente, o Brasil conta com duas usinas nucleares instaladas, Angra 1 e Angra 2. As instalações estão localizadas em Angra dos Reis, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, e uma nova usina será inaugarada nos próximos anos, Angra 3.
Com intuito de ser mais potente do que as três primeiras, Angra 3 é um projeto antigo que data até a década de 1980. Trata-se de uma usina considerada gêmea da Angra 2, contando com a mesma tecnologia, mas sua construção foi interrompida ainda nos anos 1980, sendo retomada em 2008 e posteriormente paralisada mais uma vez em 2015 devido à revisão do financiamento e suspeitas de corrupção.
Ao final de 2022, foram retomadas as obras de Angra 3, com o reinício do processo de concretagem do edifício do reator. Estima-se que foi investido um montante de R$ 7,8 bilhões até agora e que sejam necessários cerca de R$ 20 bilhões para concluir as obras.
O governo estuda uma forma de realizar parcerias e conseguir ter Angra 3 funcionando, ainda que parcialmente, a partir de 2030.
Angra 3 e demais usinas: entenda o funcionamento
Angra 3 irá seguir o modelo de funcionamento das demais usinas nucleares instaladas em Angra dos Reis. Seu reator de água pressurizada (Pressurized Water Reactor), inclusive, será idêntico ao de Angra 2, com potência de 1.350 MW.
O processo de geração de energia em uma usina nuclear é bastante simples e seguro. A energia deriva do calor emitido pela fissão de um núcleo de urânio para aquecer uma quantidade de água que circula pelo reator e gerar vapor.
Essa água é captada e reutilizada após passar por um processo de desmineralização. No entanto, o que muitas vezes é tido como pouco seguro são os resíduos radioativos, que possuem a necessidade de serem armazenados de forma isolada.
As pastilhas de urânio continuam produzindo calor e irradiação. Dessa forma, seu descarte leva muito tempo. Após serem trocadas, precisam ficar anos em piscinas de resfriamento dentro da própria usina nuclear.
A irradiação contamina também uniformes e ferramentas utilizadas no processo de geração de energia. Portanto, o descarte e limpeza precisa seguir um rigoroso protocolo, afim de evitar a contaminação.